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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

HOJE NÃO!!

Hoje não!!




Hoje não é dia de trabalhar!
Hoje não é dia para pensar
Não neste instante!

Agora quero a mente tranquila, serena
no silencio dos monastérios quero ouvir o murmúrio
da própria vida
Aquela que ficava para depois
depois daquele amanhã que nunca chega

Hoje não é dia de insônia e medos
Hoje não é dia de inquietação
Hoje vamos dormir e sonhar
O sonho impossível a quem em entrego

Hoje as mãos descansam, os pés relaxam,
as pálpebras cedem gentilmente...
Hoje não é dia...
já é noite...



Andressa Iha

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Pequeneza

Pingo de tinta no papel em branco
pequenino, imperceptível
Limpa, limpa e não sai
Insiste em sua solidão
Aquele branco todo lhe consome
A todo instante essa pureza ao seu redor
relembra seu estado de solidão
único pontinho preto
perdido
encolhido
esmagado
é apenas um
Sem uma família para o acolher
Uma mancha preta, outro ponto que fosse!
Mas tudo é branco
Tudo é solidão
Solidão pequena e discreta,
não se vê, mas esta lá

Andressa Iha


quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Mordaça


Não vou começar a escrever

Quero tudo guardado onde está

Escondido, debaixo do tapete

Ninguem quer ver

Eu não quero ver


Não quero a alma ao relento

Pobre, triste, sozinha...

Ela precisa de carinho e resguardo


Está segura assim

As palavras lhe devem respeito

Agora se preservam mudas

...


Andressa Iha

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Enigma

Vai que não se vê
Lê, que não se entende
Escuta o que não pode ser proferido
O que são?
Tempos perdidos nas sarjetas da incoerência

Andressa Iha

segunda-feira, 27 de abril de 2009

quem é vivo sempre aparece

Segundos

Um segundo pra acordar
Um segundo pra comer
Um segundo pra correr
Um segundo pra trabalhar
Um segundo para ler
Um segundo para ouvir
Outro segundo e vai cantar
Dois segundos para amar
Três para esquecer
Um segundo e escreve
Um segundo e rabisca
Um segundo, última linha
Três segundos olhando o movimento
Um carro, uma moto, uma criança pulando corda
Um segundo e cai a casa!
Cinco segundos de raiva
Dois segundos de lágrimas, um pra cada olho
Mais outros tantos pensando na vida...
O tempo corre, os momentos escapam

Foi-se mais um minuto da sua vida.

andressa iha

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009





Meses escrevendo...
dias sem escrever....








Finalmente

É cansativo pensar, escrever, deixar os olhos abertos
A exaustão de sentir
O cansaço corrói, a luta não parece ter o mesmo sentido
Enfim... parece ter chegado o ponto final.

Andressa Iha

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Rebaixamento da Poesia

Abaixo a poesia!
Abaixo sua elevação!
Não quero mais saber desses círculos restritos

-Huahuahuahu - "Não minha senhora, aqui as expressões verbais
de riso e alegria devem ser proferidas
por meio de uma bela dança dos lábios,
através do deslumbre de um claro amanhecer incrustado em teu sorriso."
-Hã?

As almas mais elevadas tem a capacidade de entender
Sorte delas!
E os outros? Pobres mortais, continuam renegando a poesia
É um problema não ser tão superior
Não entender a censura imposta aos "tolos"

A poesia vem do âmago
Mas o que é âmago?
Seja o que for, caros "tolos", não se enganem
Rebaixem a poesia!

Esqueçam os eruditos e sua seriedade.
A poesia vem de onde quiser

Andressa Iha

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

As fases do Sol



Está absolutamente errado.
Por que a Lua fria e tênue deve ser regida por ciclos?
Por que não o Sol ser feito minguante?
Sejamos honestos,
o Sol está sempre lá, redondo e amarelo
para qualquer um ver, exceto em dias nublados;
já a vida em seus dias tão fatigantes nem sempre corresponde ao astro rei.

Imaginem a revolução
Sol Crescente para os dias de esperança,
cheio para as festas,
Minguante quando a vida parecer se esvair,
Nova para escurecer o céu
e fingir que de fato tudo acabou;
um pequeno disfarce
para o Sol Crescente ressurgir

E a Lua? O que seria feito dela?
Encantaria as noites mais sombrias
Plena sempre
Para os rostos pálidos ou corados
Para todos a Lua seria cheia

Andressa Iha

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Vou-me Embora pra Austrália



Vou-me embora pra Austrália

Lá sou amiga do rei

Lá tenho o homem que eu quero

No local que escolherei

Vou-me embora pra Austrália

Vou-me embora pra
Austrália

Aqui sou infeliz

Por lá a existência é uma aventura

Intensa e a todo instante

Que os desertos e a praia

Os reis do surf e o Sol dormente

Venham me fazer sorrir plenamente

Momentos assim, aqui nunca tive

E farei academia

Andarei de bicicleta

Cruzarei o país de moto

Pularei de bungee jumping


Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansada

Deito à beira da praia

Mando trazer o celular

Pra ligar e relembrar as histórias

Que no tempo de eu menina

As amigas vinham comigo conversar

Vou-me embora pra Austrália

Na Austrália tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a decepção

Tem homem romântico

Fazendo todas as suas vontades

Tem príncipes encantados

Para a gente esnobar

E quando eu estiver mais triste

Aquela tristeza de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amiga do rei —

Terei o homem que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Austrália



RELEITURA DE "VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA" (MANUEL BANDEIRA)

Andressa Iha

sábado, 20 de setembro de 2008

De esgueio

Inspire... expire... inspire...
O que aconteceu?
Expire

Já é dia?
Inspire

Há algo que esquece
Expire... inspire

O mundo vai girando
É a Terra
(é o copo)
Expire

A memória falha
Tudo repetindo
Os dias, as histórias, as palavras

Inspire... para não esquecer
Como??
Expire...
Viva, mesmo que seja sempre de esgueio
Mas viva

Inspire


Andressa Iha

sábado, 26 de julho de 2008

Momentos

De que são feitos
Esses momentos?
Cristalizados na eternidade perdida
O badalar dos sinos
a porta rangendo
os ponteiros dançando

Passa outro momento
Aquele piscar de olhos
A poeira das ruas,
O beco, pra se inventar uma saída

Mais uma valsa completa
O mundo gira
Sempre gira

O que transmitem esses momentos?
É dos sentidos que se fazem ?
Retalhos costurados
Impressões distintas lado a lado

O encanto que se quebra
A lágrima enxugada
O fim da espera
Um momento que acaba
Outro nele se emenda

Andressa Iha

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sshhhh...



Sshhhh...

Silêncio,
Tem alguém dormindo
Um sono inquieto
Sonhos acordados
Visões de uma existência plena

Não incomode
Não desperte-o
Deixe que tenha em suas mãos
O fruto doce para morder
Apenas por mais esta noite dê-lhe este prazer
Afaste o Sol, prolongue a aurora
Dê tempo para a despedida
Talvez ela não aconteça

Andressa Iha

terça-feira, 1 de julho de 2008



Lentamente

Dias para perceber que partiu
Alguns meses e sentiu a sua falta
Os anos passando e não voltava
Uma década que se vai
Parte de uma vida que passou
E não volta
Faltava compreensão
Se soubesse nos primeiros dias
Sairia correndo ao seu encontro
Fugiria para longe, tentando encontrar
De cara no chão, exausto e ofegante
Como uma criança, chorando
Cheio de poeira nas narinas e nos olhos
Perceberia
Não retorna
Não o fez, e agora como um raio na cabeça
Caiu no chão e sentiu o pó
Entre a relva entendeu
Se foi

Andressa Iha


Entre flores

Ainda há vida
Um fio de esperança
Perdido no emaranhado estranho
Em carne viva se expõe
Sim! Sim!
Ali ainda há um suspirar
A flor recostada é apenas para sentir
Provocar os sentidos
O perfume doce
O toque macio de suas pétalas
O espinho que lhe fura o dedo
Há sangue
Há vida
A flor murcha
Para a outra vida se reerguer

Andressa Iha

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Um rio

Os pensamentos que fluem
Tem a mesma intensidade do rio que corta o deserto
São incoerência de vida
Esquecida,
Latente na areia morna
O entardecer compõe o quadro
Amenizando tudo
O nada se comporta e assiste calado
o correr das águas
Sobrevive
E às vezes parece que vai acabar
Um pequeno fio ainda ruma
Perdido e suave
Firme, com destino certo
Ao imenso mar da mente


Andressa Iha

domingo, 4 de maio de 2008



Medo

Medo do não
do sim
do olhar
Medo de sentir...
Medo de tocar
Esmagar com as mãos

Medo de escutar
Medo de tremer os joelhos
Medo de ter apenas para ver partir

Medo porque quer
Medo irracional
Pânico
Insanidade
Pavor
Dentes rangendo
Unhas quebradas, rasgando a parede
Medo



O que há?

O que há nos becos escuros?
O que há nas ruas?
O que há nas casas quentes?
O que há dentro?
Uma sala vazia,
A luz
Brilhante
Ilumina os rostos pálidos
Não são mais do que parte da mobília
O que há?
Sangue que corre
E só
Cortado um braço não irá pingar
Não é vivo, nem morto
Apenas está lá
A espera que o mundo desabe
Fazendo ferver, borbulhar!
E então diz o cético: "Vai morrer"
Que seja
O que há do outro lado?




Andressa Iha

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Segredo íntimo

Já sabia
A lua sorriu, entendia
Qual esconderijo poderia fugir de teus olhos?
O chão em que pisava também descobriu
Os passos o derretiam
Só podia ser.
A multidão passa, mas um olhar,
Um relance e vêem
Pressentem.

O mundo compartilha do segredo
Tão espalhado, quanto o próprio ar.
Há quem não saiba.
Firma os pés propagando calor,
Faz inveja às estrelas com seu brilho,
Sorri de graça nas ruas,
Não sabe, e eles não contam
Não é preciso
Conhece o caminho da resposta.

Andressa Iha

sábado, 5 de abril de 2008

Incerto

Em que ponto a direita virou esquerda?
Quando foi que os caminhos firmes foram anuveando?
Os olhos já não são carne,
de repente são estrelas cadentes
e os desejos são da carne
quando o peito explodiu,
se as batidas eram tranqüilas ?
é tudo uma grande invenção
Afirma ou indaga?

Em que momento escureceu?
frestas de luz para seguir
o quê?
o que puder agarrar

Andressa Iha

(sem título)

Saber amar é complicado, disso não há dúvidas.
Magoar é inconsciente
É fácil, coisa de estalo
Na pior das situações, premeditado

É mentira, é meia verdade
eufemismo!
Inconsciente? Para enganar o ofensor
Não tem mentira maior

A redenção não existe
Se é real, está ao lado do amor
Feliz quem os alcançar

Andressa Iha

Imperfeições

Não ama o torto e desengonçado
Às perfeições amor incondicional

Aos imperfeitos,
o que deles é feito?
Da prosa não, os erros apagaram

Ninguém quer juntar as raspas
do que foi apagado.

Às crianças ensinaram a ordem.
Esqueceram de contar,
do perfeito se faz
im-
perfeito
do imperfeito se descobre
o perfeito
Detalhes,
é mais fácil perceber o perfeito
Amar o que está a vista
Desejar o belo
Tudo não passa de feitos
uns mais certos
outros errados, tão mais errados

Não queira amar todas as virtudes
Guarde um pouco, ou até mais,
para os defeitos
E de que são feitos?
Daquelas miudezas mastigadoras
Dos cruéis, dos tolos, dos inconsequentes.

Andressa Iha
Edição de imagens: Diogo Viana
poetaeterno.blogspot.com