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Sair para passear com seu cachorro é algo muito gostoso. Engraçado como eles ficam horas nos espreitando com aquela "carinha de pena" só pra dar uma volta no quarteirão. Mas a felicidade canina traz a infelicidade humana! Tudo tem um lado bom e ruim. O lado ruim de sair para passear com seu bichinho de estimação são as fezes que ele deixa espalhado pela rua, e que ninguém faz muita questão em recolher. Quem nunca teve a desagradável surpresa de pisar em um desses dejetos? Existem países com leis para evitar esse tipo de situação, mas o Brasil ainda não se encaixa nesse grupo. Temos projetos isolados, mas nada nacional. O fato, é que as ruas são o banheiro dos nossos amigos cães.
Sempre que posso levo minha cachorra para passear. Bem perto da minha casa tem um lugar onde todos gostam muito de caminhar com seus cães, e obviamente é um local cheio de fezes.
Um dia, passeando com minha amiga de quatro patas, observei algo curioso. Ouvi uma observação de um menino, que não devia ter mais do que 5 anos. Ele estava de mãos dadas com a avó, uma senhora de cabelo branco, meio curvada. Cena bonita, a vovó e o netinho...
_Olha Vovó, quanta merda!
_Hã?? _Falou a Vovó, e eu também na hora pensei a mesma coisa (hã?)
A avó fez uma cara de surpresa. A palavra merda não é o que você espera ouvir de uma criancinha.
_Não meu filho, não é merda, é cocô.
Não sei se mudou muito... Merda, cocô, denominam a mesma matéria orgânica inútil ao corpo, o excremento. Mas nós temos disso. Usamos esses eufemismos só para ficar mais bonito, ou melhor, para enfeitar o feio.
Foi a vez do menino olhar para a avó com cara de pensativo. Parecia digerir a informação e quando se deu por entendido, largou a mão da Vovó e foi pra perto de um grande monte de matéria fecal. Apontou para ele e disse sorrindo:
_Mais merda!!
Eu dei risada.
Dessa vez a Vovó não partilhou o mesmo pensamento que eu. Seu rosto sereno foi franzindo. O menino a olhava com uma expressão de inocente.
_Já falei que não é merda, é cocô!
Não sei se o menino realmente não entendeu a diferença do uso das palavras, ou se insistia em falar a palavra proibida apenas para irritar a Vovó. Ele tinha um sorriso no rosto.
Ela pegou de novo na mão do neto, parecia irritada. Quando atravessavam a rua um motoboy passou correndo, quase os atropelou.
_Seu filho da mãe*!
Passado o susto os dois voltaram a caminhar, e eu fiquei me perguntando: "Onde será que aquele doce de menino aprendeu a falar merda?"
*tive que usar outro eufemismo!
5 comentários:
Oi menina!! Eu estou abolindo os eufemismos, pelo menos da minha literatura!!! rs rs Beijos!!
Olá!
Obrigada pela visita no meu blog SENTIR COM AS PALAVRAS.
Tenho de o actualizar, mas neste momento ando com obras em casa o que me tem impedido de fazer a actualização.
Gostei de ler este texto cheio de eufemismos! Eu também não gosto de passear e pisar "cocó"! Em Portugal também não há ainda legislação para isso, mas as pessoas já começam a ter mais cuidado.
Voltarei para ler mais.
Fique bem.
Olga.
HAHAHAHA!!!!!!!
Amei!
E não é eufemismo!
Diria que é um texto não muito poetico, mas engraçado, por acaso não se trata de nenhuma redação, se trata?
Não Orpheus, é algo que eu vi de verdade. Achei muito engraçado e escrevi para não esquecer.
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