quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Alguns antigos.

CONTROLADA

Nadando contra a correnteza, eu fujo de você
Não estou livre de seu mundo
Quando perdi meu coração, nunca mais fui livre

Não me deixem aqui para morrer!
Nesta prisão destruída, sem correntes
Ouço risos loucos de uma mente perturbada
E ninguém controla este sistema
Construído só pra mim
Feito de mentiras que você me contou

Quero gritar! Quero me enfurecer!
Destruir estas paredes de areia
Mas não consigo
É como uma droga
E o tempo me deixou louca

Quero outra chance!
Mas sempre volto para esta prisão!
Um crime sem culpados.
Não há provas, tudo foi queimado
tudo sobre nós.
Queimei você da minha vida

Me dê aquele beijo de volta
Devolva os nossos planos
As escolhas erradas
Não há mais nada a fazer
Agora só restam cinzas
O pó voa com o vento, que atravessa minha prisão,
mas que esquece de me levar...
É engraçado, mas tudo parece certo


JANELA ABERTA

A porta está fechada,
porém a janela está aberta.
Posso ver as pessoas passando,
indo e vindo.

Um passarinho vem visitar
Contar as notícias do mundo
Um aceno para o lado de fora.

Sinto o cheiro da chuva
Vou contando os pingos
Vejo as nuvens vagarosas passando
O pôr-do-sol colorindo a paisagem
A noite chegando calma

Venha pular minha janela
Declamar poemas sobre o luar
A janela está aberta para quem quiser entrar
E ver o mundo da minha janela!


PÁSSAROS NA GAIOLA
Por que os pássaros não voam mais
Pelo céu azul , até chegarem perto do Sol?
Esqueceram as regras da liberdade...
A liberdade que não impõe normas
Presos ao chão frio,
Diferente do vento gelado que refrescava suas asas

Pobres membros atrofiados,
Como mãos fechadas,
Apertadas, prestes a sangrar
Curvados em busca do alimento
Já não lembram de erguer a cabeça
As feras atormentam os pequeninos,
Lobos sedentos por poder...

O doce canto é grito, sussurro lamentado.
Voe...
Apenas voe novamente
Sem destino certo, entre os vales da lembrança
A lembrança da sua liberdade


FLOR

Caule, pétalas, androceu, gineceu, pólem.
Perfume.
Amor, paixão, perdão.
Rosa, margarida, violeta, girassol.
Vida!
dinheiro, conquista, doença.
Morte!

Uma flor é só uma flor
Uma flor não é apenas uma flor
Minha rosa não é como a sua
Talvez o cravo seja...

Cada flor se transforma de uma maneira diferente
Maçã, pêra, carinho, agradecimento
Compaixão, saudade, carambola.

Minha flor é exclusiva
Sua finalidade ao dono pertence.


LOUCURAS DE UM SÃO

Pare tudo, pare o que está fazendo
Pare de ser essa mesma pessoa medíocre
Pare de concordar com o mundo
Por favor cometa uma loucura
Não seja sempre assim,
tão perfeito
Os loucos estão com a razão
Por que ser politicamente correto?
Por que sempre usar a razão?
Dê um grito em meio a uma multidão
Saia correndo nu porta a fora
Não tenha medo de fazer acontecer os seus sonhos mais loucos
Acabe com seus dias de cão
Não seja como seu pai
Nem melhor ou pior
Corra para a liberdade
Corra como um louco.

ANDRESSA IHA



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Edição de imagens: Diogo Viana
poetaeterno.blogspot.com