
Todos os dias quando vemos alguma tragédia na televisão, bem no estilo Jornal Nacional, nos perguntamos "O que há de errado com o mundo?"
Enquanto estou aqui na frente desse computador bebendo uma Coca-Cola gelada tem alguém na África morrendo de fome; uma família perdendo sua casa na Palestina; tiroteio em alguma favela do RJ; e nem preciso ir tão longe, aqui bem perto de mim ou de você tem um homem/mulher maltrapilho dormindo no chão, pedindo esmola, um prato de comida, e ninguém olha pra ele(a) nos olhos, passam reto e dão as costas. Desculpam essa indiferença dizendo que está na rua porque quer ou que vai gastar tudo com drogas, mas quem sabe de verdade o que aconteceu com estas pessoas?? Umas moedas livram nossa culpa e continuamos nosso caminho. Mas o que mais se pode fazer? Levar os sem teto pra nossas casas, viajar para a África e distribuir comida? É difícil pensar em uma solução realista. O mundo é hipócrita, acha lindo os movimentos pela igualdade social, ecologia, paz, etc, mas pelos cotovelos dão risada dos "tolos idealistas". Estamos conformados demais, acostumados demais. "Ah, mais uma bomba explodindo num país que eu nem sei onde fica. Que triste... E essa novela que não começa!?" Não dá para pensar assim sempre, temos que arranjar culpados. É nessas horas que lembramos deles. Dos "políticos " , no genérico... porque a maioria nem sabe o nome de quem votou. Por incompetência e falta de atitudes foram condenados por tudo. Educação, saúde e segurança estão desmoronando por causa desses políticos! Falando assim eles parecem tão distantes e irreais, como se não fossem de carne e osso, apenas uma entidade malévola, que toma forma humana somente em véspera de eleição pra asfaltar sua rua e ganhar seu voto. A culpa é deles, e não de nós que os colocamos no poder.
Resolvo todos os problemas do mundo com esse texto? Não. Nem se eu fosse a Madre Tereza resolveria tudo, mas ela ajudou. Muitas pessoas, com pequenas atitudes ajudam de tantas maneiras, desde voluntariado em distribuição de agasalhos, viajar para outras regiões distantes e miseráveis para ajudar no que é possivel, se amarrar no tronco de uma árvore em protesto ambiental... até escolher com cuidado a pessoa que irá representar seus desejos dentro e fora do país. Alguma dessas alternativas podemos escolher e pôr em prática. Se eu conseguir que alguem leia o que escrevi e a faça rejeitar esse conformismo, e queira mudar sua atitude diante da sociedade, acho que terei ajudado o mundo. Está certo que não vou parar uma guerra, e isso pode parecer muito piegas, mas pelo menos tomei uma modesta atitude. Podem me chamar de "tola idealista" se quiser.
6 comentários:
Andressa:
Uma coisa que eu aprendi, é a sempre olhar nos olhos das pessoas.
Pode me chamar de insensivel, mas nem todos os que estão morando na rua realmente estão la por necessidade, a indole humana chega a um ponto, onde ninguem mais acredita no proximo...
Eu posso dizer que sim, que acredito. Acredito no que os olhos dizem, e eles nunca mentem... Algo que aprendi foi a nunca dar dinheiro a ninguem... mesmo assim eu teimo e dou quando sinto que devo... Se ele gastou com drogas, pinga ou o que seja.. não é da minha conta...
O abaco de Deus, não vê qual foi a boa ação, não se pode escrever em um abaco... conta se a "esmola" foi dada por obrigação ou pelo coração. Se der uma esmola para "mudar o mundo", não esta dando pq a pessoa precisa... esta dando pq quer se achar uma pessoa boa... e nem sempre quem da esmola é.
Seu texto me fez pensar... E eu ja mudo o mundo, todos os dias.. Eu mudo o mundo de alguem. As palavras são minha arma.
Não sou ingênua... eu SEI e tb já VI mtos simulando miséria pra enganar os outros... Usei o caso dos mendigos para ilustrar que a pobreza está em todo canto, e nao vi exemplo melhor.
Sei bem a diferença entre POSTURA e mera EXPOSIÇÃO... mas obrigada pela dica!
Espero que volte a visitar meu blog
...Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a cada dele, e é.
trata-se de um cavalo preto e lustoso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém
nem jamais lhe puseram rédeas nem sela -
apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo:
come às vezes na minha mão.
Seu focinho é úmido e fresco.
eu beijo o seu focinho.
quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito.
a menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo salvagem e suave.
aviso que ele não tem nome: basta chamá-lo e se acerta com seu nome.
ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai.
se ele fareja e sente um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e ai.
aviso tambem que nao se deve temer seu relinchar:
a gente se engana e pensa que é a gente mesma que está relinchando de prazer ou de cólera,
a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez. pg 29
Clarice Lispector
Concordo com o fato de que a humanidade esteja tão embaralhada quanto um esboço de Dalí,e concordo que pequenos gestos podem sim mudar o mundo...Mas digo:não sereros capazes de realizar nada enquanto os necessitados perceberem que precisam ser ajudados!Guerras no Oriente Médio seriam facilmente abafadas se seus moradores não possuissem religiões e crenças descabidas!
Uma coisa é certa:não há paz sem guerra!
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